Em quem, ou no que, você confia atualmente?

Jose Carlos Cavalcanti
3 min readMay 25, 2020

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Vivemos em tempos que alguns estão chamando de VUCA — contração de Volatility, Uncertainty, Complexity, Ambiguity (Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade). Quando observamos o impacto do Covid-19, percebemos bem o significado deste “mundo VUCA”. Mas um conceito que poderia muito bem estar associado ao termo VUCA seria o de TrustfulnessConfiabilidade, ou, para ter coerência, Untrustfulness — Ausência de Confiança. E aí o termo poderia ficar reconhecido por VUUCA, ou VUCUA, para ficar apenas em duas combinações.

Mas por que estamos trazendo a questão da Confiança para a discussão? Simplesmente porque acreditamos que ela está passando por uma intensa e silenciosa transformação. O sentimento que pode perpassar pelas pessoas é o de que estamos perdendo a confiança em vários domínios da vida, como nas instituições (marcadamente as de Governo), e nas organizações (particularmente as da imprensa tradicional). Mas, como vamos apontar brevemente, nós estamos vivenciando uma “Revolução na Confiança”!

E para isso gostaríamos de apontar para o livro “The Trust Revolution: How the Digitization of Trust Will Revolutionize Business and Government” (A Revolução da Confiança: Como a Digitização da Confiança Irá Revolucionar os Negócios e o Governo), produzido por M. Todd Henderson e Salen Churi, publicado pela Cambridge University Press em 2019.

Neste livro os autores tratam como empresas de tecnologia, tais como Uber, estão revolucionando a oferta de confiança, isto é, como elas estão trazendo melhores formas de entregá-la, e como isto irá transformar nossa sociedade. Ao começar o livro tratando do Uber, os autores afirmam que a empresa “vende a um passageiro(a) a informação que ele(a) precisa para confiar em um estranho que dê a ele(a) a corrida desejada. Especificamente, Uber provê informação de todas as pessoas na vizinhança buscando uma corrida, e, então, interage eficientemente passageiros e motoristas”.

Em muitas áreas da vida a tecnologia irá conformar os “mecanismos centralizados de confiança”, tais como governos, e irão ofertar novas oportunidades para mais “mecanismos distribuídos de confiança”, alavancando melhores informações de formas que irão alterar dramaticamente a paisagem política do mundo.

Os autores, assim como nós que fazemos a Creativante, acreditamos que essas tecnologias podem acelerar nosso progresso em direção a um amanhã bem melhor. Mais do que sermos forçados a seguir regulações centralizadas e estáticas providas pelo governo, ou dependermos de informações “grosseiramente sinalizadas” por marcas, nós humanos iremos “comprar” (ou melhor, vamos nos inclinar) “microregulações” voluntárias, dinâmicas ofertadas por plataformas de tecnologia, ou baseadas em tecnologia. Microregulações, na visão dos autores, são tecnologias e ferramentas que possibilitam as pessoas cooperarem em maneiras mais eficientes. Microreguladores, como eles os veem, são somente a mais recente evolução em uma longa linha de tecnologias de confiança.

Neste sentido, assim como nos negócios tratamos do risco de disrupção, ou seja, o risco de que um negócio possa perder sentido face a uma competição não antecipada, chegou a hora de começarmos a tratar o “untrustfulness risk”, o “risco da desconfiança”. E deste modo, instituições como governos devem estar atentas para não adentrarem o caminho da “irrelevância” perante seus usuários ou consumidores, já que esses preferirão melhores e mais eficientes ofertas de produtos e serviços.

Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre as transformações na Confiança, não hesite em nos contatar!

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